segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Ainda no Tofo e às voltas em Inhambane

Temos tanto carinho e amor por esta terra que dedicamos mais umas linhas a ela e à capital do distrito...


Que fazer no Tofo?

Nada, por exemplo, se tal é possível, mas podemos ler à sombra das casuarinas, com um panorâmico mar azul a preencher quase todo o horizonte e uma brisa refrescante a afagar as páginas do livro, o mesmo vento que embala os seus ramos, podemos mergulhar nas águas tépidas do Índico, mas para os mais desassossegados, como atrás já nomeei, há um punhado razoável das tais actividades: observação de golfinhos ao largo, mergulho, snorkelling, caminhadas a pé ou passeios de cavalo pela praia ou por sombreados caminhos entre coqueiros e cajueiros, atravessando aldeias arrumadinhas, com pequenas machambas, terreiros limpos e gente afável.



Para sul, contornada a breve curva da baía e dobrado um tímido promontório, surge um extenso areal ataviado com dunas altas. Lá ao fundo, está o Tofinho, uma enseada que em certos dias se enche de ondas ao gosto dos surfistas.





Para o lado oposto, para norte, a caminhada há de ter de ser mais cuidada…leve um farnel e umas bujecas que lhe vão fazer falta…Até se chegar ao primeiro cabo, que parece um braço de dunas a meter-se no mar, é preciso bem uma hora, e depois ainda quase outro tanto para se avistar o largo areal da Barra…aí prepara o picnic e à sombra do arvoredo ouve esses tocar de tambores enquanto rapazes e raparigas rodopiam com as cabeças até ficarem tontos e quase se estatelarem na areia.

É uma visão fugaz!!!

Não haverá, decididamente, muitas estâncias balneares assim, onde a vida acontece sem ser de encomenda.

Inhambane, cidade, coberta por extensos palmares conhecida como terra de boa gente.

Zona de coqueiros, voltada para uma baia tendo em frente Maxixe e bem perto o mar do Oceano Indico onde se pode visitar belas praias, os nossos olhos enchem-se de mar, de praias a perder de vista, de enseadas bordejadas de palmeiras e cajueiros, mahimbi e tingolé, é de facto a espuma iodada que sentimos na pele de sal e Sol, é o gosto da sura na língua sequiosa, o paladar da matapa de mandioca com frutos-do-mar a aguçar o apetite.








Há, na verdade, uma relação antiga entre as gentes de lnhambane e o mar. As salinas rivalizam com as machambas de amendoim, e os bois puxam redes de pesca quando descansam do arado. A secagem dos frutos-do-mar tem aqui uma tradição e técnica dignas de respeito, de tal modo que a estenderam a certas plantas comestíveis tornando-as acessíveis todo o ano para surpresa dos visitantes.

Vatswa, bitonga e chope povoam esta grande província, e todos nos dão um exemplar e afectuoso acolhimento, e talvez por isso os homens de Vasco da Gama em 1498 que identificaram a região e as pessoas como "terra da boa gente"…







Por entre as palmeiras vêm-se de onde em onde alguns braços de mar.








À beira da estrada encontramos pequenas aldeias de casas de macúti (cobertura de folhas de palmeira).



Quando se fala de Inhambane não nos referimos ao seu palmar de coco e sura, a sua floresta de cajueiros ou à apreciada aguardente de cana; não mencionamos os pomares caseiros de tangerineiras e mangueiras, as machambas de amendoim "bibiana"' ou a utilíssima "tona" da mafurra ou a rica e cheirosa madeira de sândalo.

Oh Beleza!!! quem sonhou e realizou esta linda terra.....




UM BOM NATAL E UM FELIZ 2008