sábado, 1 de dezembro de 2007

Saudade

Subitamente a saudade do tempo em que não havia mudança. Sou agora eu que reconheço as ausências? Aprecio na mudança o que já não é mau!

Existo pela falta de presença simultânea. A recordação na ausência tem por efeito, diluir, o que de uma forma ou de outra, são cicatrizes. Vivo assim perpetuamente entre dois mundos, talvez porque queira moldar o presente para que este se apresente perfeito quando for passado

Gosto de sorrir, embala-me a alma no torpor da felicidade, gosto de sorrir.
Gosto das palavras brandas, temperadas de amizade e proximidade.

De gestos bonitos, de honra, de personalidade, das pessoas que gostam e sabem estar na vida, gosto da paz, da pedra lavrada, esculpida à mão livre pelo tempo, e adoro a fidelidade, não aquela que é intrínseca ao sentido nefasto e humano, mas sim aos sentimentos que cada um nutre! Gosto das estradas que me levam a algum lugar, mesmo que aí não fique, dos sulcos da face de uma mulher. De fazer amor porque é a forma máxima de expressão! Gosto do riso dos adultos porque é difícil, das caras queimadas do verão, da coragem dos homens que se recusam a vergar à adversidade do tempo de vida!

Gosto de quem perdoa e abraça, de quem usa o coração para guardar a vida e não a mágoa.
Faltei hoje ao prometido, não faz mal. Ia-vos falar do meu passado mas…fiquei por esta

Solidão





Na sociedade actual, muitos convivem com a solidão.

Já se sentiu solitário?

Sente-se solitário agora?

Na verdade, às vezes todos nós sentimos a necessidade de companheirismo – de alguém para ouvir o que dizemos, para nos consolar, alguém que compreenda os nossos sentimentos mais profundos, nossos pensamentos e que nos aceite como somos. Precisamos de alguém que seja sensível às nossas emoções.
A solidão é um sentimento bem forte, que
se pode tornar muito doloroso. Provoca uma sensação de vazio e de isolamento.
Podemos sentir-nos vulneráveis e assustados.
Já se sentiu assim? O que causa a solidão?

Olhar o telefone, ansioso por uma chamada, e ele permanecer mudo.
Ouvir uma música e não ter ninguém com quem associá-la.
Querer dormir muito, para não ter a consciência de que está só.
Não Ter ninguém com quem brindar um acontecimento.
Sentir frio e não ter um braço para aquecê-lo.
Falar alto em casa, para ter a sensação de estar ouvindo algum ser humano.
Ter apenas um prato na mesa, às refeições.
Não ter alguém para lhe abotoar a camisa
Sair de madrugada, tentando encontrar algum conhecido para poder desabafar.
Perceber que não tem um ombro para chorar.
Ler o jornal, durante as refeições, por não ter com quem conversar.
Verificar que a correspondência se resume a contas e extractos bancários.
Nunca ter a quem dizer bom dia, ao acordar.
Não ter quem lhe faça um chá, quando está indisposto.
Não ter possibilidade de dividir o mesmo desodorizante ou a mesma pasta de dentes.
E tu? Quando te sentes realmente só?
O isolamento é diferente da solidão.
É o momento que se escolhe para estar consigo mesmo,
Em paz e harmonia. É uma busca interior, um movimento voluntário, uma virtude desenvolvida.
A solidão começa quando nos trancamos para o amor.

Felizmente eu não a sinto... mas quem não precisa de se isolar?