quinta-feira, 6 de dezembro de 2007



Nasci em Lisboa num meio burguês e por lá cresci!

Farto e cansado de tanta confusão os últimos em que lá vivi passei-os só de noite e sempre que podia a viajar (por este velho Continente) …ainda hoje, quando posso lá volto, para matar saudades, mas só de noite.

Adoro Lisboa à noite…

Depois veio a minha migração para Sintra…terra linda que conhecia desde a minha infância…ai montei acampamento e formei uma família linda de morrer. Esforcei-me por a edificar num ambiente de liberdade, transparência, responsabilidade e especialmente de muito amor e carinho…Acho que consegui…

Mas agora veio aquilo que se pode chamar de paixão…. Eu amo de paixão África

Da terra, da cor, do clima, do cheiro e do ritmo.

África é um continente mais sexual que o Europeu, este coitadinho, perdeu-se no politicamente correcto e virou mariquinhas. Mariquinhas em vários aspectos, mas sobretudo no comportamento: razão sobre a emoção, intelecto sobre o sentimento e toca a portarmo-nos todos muito bem, para que saibam que somos civilizados, cultos e modernos.
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Podemos ser isso tudo, mas vivemos apertados e não aconchegados nem consolados. Damos as mãos e fazemos de conta que agora somos todos muito amiguinhos, parte da mesma família mas, como em muitas famílias, nada de paixão, nada de exteriorizar as emoções.

Em África não! O que mais por lá há é muita paixão e muita emoção. Deve ser do clima, que nos faz andar o ano todo com o corpo e a mente bem ritmadas …o ritmo, que faz bambolear as ancas; a abundante cor, que torna tudo mais alegre; e aquele inebriante cheiro, que nos faz andar sempre de cabeça bem erguida…


A verdade é que África desperta os instintos animais. E eles, os africanos, não os reprimem. Nós somos obrigados a isso, neste continente assexuado que é a Europa. Enquanto continuarmos a restringir e reprimir emoções e opiniões, por causa da cultura do politicamente correcto, seremos cinzentos. Civilizados mas não realizados. Cultos mas não genuínos. Modernos mas não sinceros. Contentes mas não felizes.